“Todos em casa têm esse problema, é de família”. Você já falou ou escutou uma frase parecida com essa? Ela é verdadeira. Mas tão verdade quanto o poder da genéticas é a possibilidade de mudá-la em muitos casos.
Sim, temos o poder de alterar parte do DNA. Para sermos mais exatos, a expressão genética de alguns genes. Isso significa que se você tem a famosa tendência de desenvolver alguma doença, é possível que você mude a história com seus hábitos, principalmente os alimentares.
"Ter ou não um gene (favorável a uma doença) não é uma sentença final", avalia Dennys Cintra. "Existem uma série de outros fatores que vão influenciar na expressão ou não dos genes", afirma. Segundo ele, o nosso corpo é capaz de se adaptar sozinho. "A biologia é mestra em dar volta na matemática", disse em uma entrevista à Uol.
O peso da genética: menos do que você imagina
De acordo com a Faculdade de Stanford, 20% é o percentual que a genética representa em uma terceira idade saudável. Já os nossos hábitos são responsáveis por 50% na equação de uma velhice surreal. Ou seja, quando o assunto é saúde, a metade da responsabilidade está em nossas mãos. Segundo o médico Frederico Porto, a alimentação, entre todos os hábitos, têm o maior peso para termos uma vida longeva.
A título de curiosidade, os outros fatores para uma vida longa são:
- 20%: local: morar em uma região mais tranquila, sem violência e fatores degradantes faz diferença para viver mais tempo.
- 10%: tecnologia médica, medicamentos e tratamentos. Isso não significa, necessariamente, que a pessoa vai chegar mais longe com saúde. Para tal, precisamos cuidar bem dos demais fatores.
Nutrigenética
A alimentação é um dos fatores modificáveis mais poderosos para mudanças na expressão dos genes. Por isso, já há um segmento da ciência chamado nutrigenética. Estuda-se o efeito da interação dos alimentos com os genes.
Nós falamos muito sobre os macronutrientes - carboidrato, proteína, fibra e gordura - e micronutrientes - vitaminas e sais minerais - no blog da Bold. Mas há outro componente dos alimentos, os fitoquímicos, que fazem muita diferença. Eles são capazes de interagir com os genes e alterar a expressão genética ou ativar algumas, benéficas.
Diferente dos macronutrientes, os fitoquímicos não são essenciais, mas podem fazer diferença na saúde, para melhor.
De acordo com os estudos, 30% dos casos de câncer no mundo poderiam ser evitados com a ingestão de fitoquímicos. Esse dado é citado por Renata Corrêa Baena, no artigo “Muito além dos nutrientes: o papel dos fitoquímicos nos alimentos integrais”. Ela também cita que um bom percentual dos problemas cardiovasculares poderiam ser evitados.
Renata reforça que o câncer e os problemas cardiovasculares são as maiores causas de morte no mundo. A boa notícia, como já citamos, é que podemos mudar a história em uma parte expressiva das vezes.
Principais fitoquímicos
Há mais de 5 mil fitoquímicos. Porém, os mais estudados são os compostos fenólicos e carotenoides. Como o nome indica, os fitoquímicos estão presentes no reino vegetal, o sufixo fito significa planta. Então, como toda orientação para boa saúde, coma alimentos naturais, “descasque mais, desembale menos”.
Compostos fenólicos
Eles têm ação antioxidante, atuam no combate aos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células. Os benefícios desse bioativo para nós é a diminuição das chances de desenvolver problemas cardiovasculares e até câncer.
Estão presentes nas hortaliças, frutas, cereais, chás, café, cacau, vinho e soja.
Carotenoides
Os bioativos carotenoides estão presentes nos alimentos de cor amarelada, vermelha ou laranja. São importantes precursores da vitamina A, protegem a visão, diminuem riscos cardiovasculares, risco de câncer, envelhecimento das células.
Cenoura, morango, batata-doce, tomate e outros, de tons similares, contêm carotenóides.
Prato colorido: fitoquímicos variados
Alguns fitoquímicos são associados a cores. Então, aquela dica antiga de fazer um prato colorido é muito válida. De acordo com os estudos, se fizermos um bom prato de salada, com legumes, folhas e outros, você ingere, em média mil fitoquímicos. Então, invista nas cores para ter uma vida mais incrível.
Fazer um prato colorido também garante variedade de micronutrientes - vitaminas e sais minerais, muito deles essenciais para o bom funcionamento do corpo e nem sempre produzidos pelo organismo.
Influência dos hábitos
Como você vive, seu consumo de álcool, o fato de ser fumante ou não, ter boas noites de sono e regularidade de exercícios físicos têm o poder de mudar a expressão genética. Também há uma ciência que estuda a influência dos hábitos nos genes, a epigenética.
Legado genético para próximas gerações
De acordo com os estudos, além de mudar a própria história, ao alterar nossos genes somos capazes de deixar uma herança melhor para nossos descendentes. Ou seja, ao se cuidar, você não fará um bem apenas para você, mas para todos da sua família, até pessoas que você não irá conhecer.
Surreal, não é mesmo? Isso que é benefício a longo prazo.
Nem tudo é mutável: herança genética X hereditariedade
Infelizmente, não podemos mudar toda nossa história genética. Mas, investir em bons hábitos, ainda é muito relevante. As doenças genéticas são causadas por alteração nos genes, apenas 10% são hereditários. Os médicos afirmam que grande parte das alterações genéticas são causadas por maus hábitos.
Já as doenças hereditárias são heranças de família, em algum momento da vida vão se manifestar. Porém, ter bons hábitos ajuda que você passe melhor por um tratamento de saúde, por exemplo. Assim, nunca é em vão.
Assim, todos os casos, vale a pena investir em uma boa alimentação e rotina de exercícios, não é mesmo? Lembre-se do controle do estresse, bom sono, consumo moderado de álcool e livrar-se do tabagismo, caso faça uso de cigarros.
A Bold Snacks tem a missão de ajudá-lo a ter uma vida incrível, saudável, sem abrir mão de nada e nem cair em enrolação. Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo!